sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tributo a La Negra

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Mercedes Sosa

A cantora Mercedes Sosa faleceu aos 74 anos, em Buenos Aires, na Argentina.
Mercedes é considerada uma das maiores cantoras argentinas. Este ano ela foi indicada à três Grammy Latino, pelo álbum "Cantora".

Biografia
Mercedes Sosa nasceu em San Miguel, na Argentina, em 1935. De origem humilde, a cantora cresceu admirando artistas populares e as canções folclóricas do país. Em 1960 já se destacava pela sua voz potente e deu início ao "Movimento Del Nuevo Cancionero", considerado precursor dos protestos através da música.
Seu talento chamou atenção da elite argentina, que não estava acostumado com o seu repertório. Ao longo de sua carreira chegou a gravar mais de 40 discos.
Em 1979, devido seu engajamento político, a cantora foi exilada de sua terra natal e teve que passar uma temporada em Paris, na França, e em 1980 mudou-se para Madri, na Espanha. Mercedes até poderia entrar e sair da Argentina livremente, mas foi proibida de cantar.
Três anos depois, "La Negra", como era chamada pelos fãs, pôde voltar ao seu país de origem para se apresentar. Na época, ela também veio ao Brasil divulgar o disco "Gente Humilde".
Com o fim da ditadura argentina, em 1984, Mercedes Sosa comemorou o retorno da democracia com o espetáculo "Corazón Americano", ao lado do brasileiro Milton Nascimento e León Gieco. Em 1988, ela gravou o disco "Amigos Mios", com participação de Pablo Milanés, Teresa Parodi, Cherly García, Raimundo Fagner, e outros.
No ano seguinte, Mercedes recebeu a medalha de Comendadora das Artes e das Letras do embaixador da França na Argentina, Pierre Décamps. Em 1992, recebeu homenagem de cidadã ilustre de Buenos Aires.
Em 2000, a cantora gravou a canção "Misa Criolla" que lhe rendeu um Grammy Latino.
O sucesso continuou e Mercedes seguiu com seus show até 2003, quando teve interromper a carreira por um problema cardíaco.
Dois anos depois, a estrela voltou aos palcos e conseguiu três indicações ao Grammy Latino em 2009, pelo álbum "Cantora".


SÓ PEÇO A DEUS


Só peço a Deus

Que a dor não me seja indiferente

Que a seca morte não me encontre um dia

Solitário, sem ter feito o que eu queria


Só peço a Deus

Que a injustiça não me seja indiferente

Que não me batam na outra face

Depois que fui machucado brutalmente


Só peço a Deus

Que a guerra não me seja indiferente

É um monstro grande, pisa forte

Toda a pobre inocência dessa gente


Só peço a Deus

Que a mentira não me seja indiferente

Se um traidor tem mais poder que um povo

Que este povo não o esqueça facilmente


Só peço a Deus

Que o futuro não me seja indiferente

Desiludido está o que tem que marchar

Para viver uma cultura diferente


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